Quando o sangue circula visa chegar a todas as células do organismo, o que implica que haja alguma pressão sobre as paredes das artérias – chamamos a este fenómeno tensão arterial.
Há várias ideias erradas em torno do tema da tensão arterial, mas uma das mais difundidas é supor que só pessoas com risco cardiovascular claro a devem medir. Pelo contrário: qualquer indivíduo saudável, com mais de 18 anos, deve fazê-lo, pelo menos, uma vez por ano.
A tensão arterial e o stress
Sabemos, hoje, que o stress é um dos males da civilização, porque eleva muito os níveis de ansiedade. Esta é uma das maiores dificuldades no nosso modo de viver nas últimas décadas, trazendo novas patologias.
Para conseguirmos medir e avaliar o grau de stress, um dos dados fundamentais é precisamente a tensão arterial.
Outra das grandes questões em torno da tensão arterial é o facto de ser um problema silencioso: como não há sintomas claros, sem medições a hipertensão não é diagnosticada.
Conheça os 2 valores:
- o “máximo”: a chamada pressão sistólica, corresponde à força que o sangue exerce na parede das artérias, ao ser bombeado pelo coração;
- o “mínimo”: a chamada pressão diastólica, registada quando o coração se distende e relaxa e a pressão exercida na parede das artérias é menor.
A situação de cada doente deve ser avaliada, caso a caso, por profissionais de saúde, mas, de uma maneira geral, podemos dizer que, em repouso, os valores da pressão arterial devem encontrar-se, idealmente, abaixo de 120/80 mmHg.
Consulte o médico ou o farmacêutico
Como referimos acima, é importante consultar o médico ou farmacêutico (ou a linha APRIL MEDICAL), mas, em caso de alteração, a tensão terá de ser estudada ao longo de semanas, sem prejuízo de ter de se observar e controlar, de imediato, qualquer ‘pico’ de tensão. Só depois do estudo feito se pode avançar para um diagnóstico claro.
É preciso prevenir e até o telemóvel pode ajudar
No nosso país existem cerca de dois milhões de hipertensos, de acordo com os dados do Programa Nacional das Doenças Cérebro-Cardiovasculares. Metade destas pessoas desconhece que sofre de tensão arterial elevada. Apenas um quarto das pessoas está medicado e só 11% dos doentes estão realmente controlados.
O enfarte agudo do miocárdio e o AVC são mais frequentes nos doentes que têm uma tensão arterial elevada. Há que medir regularmente a tensão e de preferência registá-la em local acessível. O telemóvel é, para muitos, uma ferramenta valiosa e já existem aplicações que permitem registar a tensão e vigiá-la.
Como medir?
Para que a medição seja o mais correta possível, lembre-se:
- faça-a de forma relaxada, e em repouso;
- não fume antes da medição;
- não tome café antes da medição;
- não esteja com a bexiga cheia;
- não meça logo após esforço físico ou refeição.
E se tiver um aparelho de medição em casa?
Se optar por ter um aparelho em casa, saiba que respeitar as regras de utilização do aparelho de medição é fundamental para obter valores corretos:
- se utilizar um aparelho com braçadeira, deve adequá-la à dimensão do braço (a Fundação Portuguesa de Cardiologia aconselha estes face aos de pulso);
- se usar um dispositivo de pulso deve colocar o braço junto ao peito, ao nível do coração;
- é fundamental escolher um aparelho validado clinicamente: se tiver dúvidas, aconselhe-se com o seu farmacêutico;
- meça sentado, com o medidor à altura do peito;
- descanse cinco minutos antes de medir;
- meça no braço que costuma ter a pressão mais elevada: para a maioria das pessoas é o braço direito;
- não fale, nem se mexa, durante a medição;
- confirme, repetindo a medição;
- meça a pressão arterial a diferentes horas, dias de trabalho e de descanso. A tensão varia muito ao longo do dia e convém que esteja sempre controlada;
- não confie na sua memória; registe sempre a data, hora e o valor da pressão arterial. São informações muito valiosas para a decisão clínica;
- em caso de valores alterados, ou de dúvidas, consulte o farmacêutico; médico, enfermeiro ou linha de saúde.
É importante pensar que algumas modificações no estilo de vida podem ajudar a baixar a tensão e reduzir o risco de doença. Para além da medição, apoio médico e tratamento com fármacos, se necessário, o maior contributo para fugir à doença está numa dieta equilibrada e saudável, com muitos hortícolas e frutas, na manutenção de peso saudável, em fazer atividade física regular e em reduzir o sal e evitar o álcool e o tabaco.